A escolha do nome para um empreendimento é uma etapa crucial para o seu sucesso. Se imagine em 1962, uma década que a capital havia dobrado o número da sua população e precisava atender as novas demandas, daquela nova Belo Horizonte que não tinha para onde crescer o Centro da cidade, e estava atrasada em relação aos outros grandes centros do país que já tinham grandes empreendimentos, e diversas galerias comerciais.
Qual nome se daria a esse importante e histórico empreendimento comercial e ponto de encontro da sociedade belo-horizontina? Mais do que uma mera designação, o nome é a identidade do negócio, a primeira impressão que ele causa no público e um elemento fundamental para a sua comunicação e marketing. Em busca de se posicionar como uma metrópole como Rio de Janeiro e São Paulo, os empreendedores mineiros buscaram na famosa Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, a inspiração, por ser esta rua a época, ponto de encontro de escritores, poetas, artistas e da elite carioca.
E aí que entra um detalhe muito importante. A Rua do Ouvidor no Rio de Janeiro é “do Ouvidor”. Já a Galeria Ouvidor é “Ouvidor”. Mesmo carinhosamente chamada de Galeria do Ouvidor, no registro o nome é Galeria Ouvidor.
O nome Galeria Ouvidor se tornou referência, memória de diversas gerações que vieram se divertir, conhecer novidades, se relacionar, cortar o cabelo, comer um pastel com caldo de cana, comprar tecidos nobres, ir aos alfaiates, ou comprar as alianças para dar o sim no altar.
Passadas seis décadas o nome Galeria Ouvidor transcendeu a mera identificação do negócio e assumiu um papel significativo na vida das pessoas, sendo um ponto de encontro, de bons negócios, de compras, um símbolo cultural e um marco na capital mineira.
Denise Russo.